domingo, 24 de junho de 2007

Verdade Verdadeira

Tenho um livro de psicologia que conta uma antiga história. “Três cegos encontraram um elefante. Quando lhes foi pedido que descrevessem o animal, cada um disse uma coisa diferente. Um afirmou que o elefante era como uma grande mangueira; o segundo que ele parecia um cabo de vassoura; e o terceiro que ele se assemelhava ao tronco de uma árvore. Cada um descreveu o animal a partir da sua perspectiva. Nenhum deles estava certo ou errado; todos estavam expondo o seu ponto de vista pessoal.” *

Esta história serve para ilustrar que o modo pelo qual percebemos e interagimos com o mundo exterior depende exclusivamente do observador. Deste modo estamos fadados a tecermos análises e inferências de certa forma precipitadas e equivocadas se nos basearmos tão somente em nossos cinco sentidos, que é o meio pelo qual interagimos com o mundo. Quando criança, eu acreditava realmente que o arco-íris existia e que era possível admirá-lo sob seu arco e ficava lamentando comigo mesmo o porquê ele nunca aparecia sobre minha casa naqueles finais de tarde após as chuvas de verão. Para minha frustração na escola aprendi que este fenômeno natural não passava de uma simples decomposição da luz do sol ao atravessar as minúsculas gotículas de água da chuva suspensas no ar e que também seria impossível vê-lo por baixo, pois o fenômeno não existe nesta posição. Resumindo, uma ilusão, que para mim não passou de uma “verdade relativa”. À medida que crescemos vamos adquirindo intelecto e fazemos o uso da razão, concomitantemente adquirimos também crenças, “certezas”, opiniões, algumas delas já formadas e fechadas, e até mesmo imutáveis. Verdades relativas. Isto é inerente ao ser humano.

Recentemente tive uma ótima e proveitosa discussão com um bom e grande amigo, onde o tema era o número de filhos que um casal deve ter. A partir de minha perspectiva, criado em uma família com mais de um filho, pois tenho uma irmã, minha posição foi que havendo a possibilidade financeira e psicológica do casal ter mais de um filho, isto é o ideal, por diversos motivos que não explanarei pois este não é o foco da questão. Para este amigo, filho único, o ideal é ter somente um filho, independente de condições financeiras e psicológicas, justificando sua posição também por diversos motivos plausíveis a partir de sua perspectiva.

O que eu quero mostrar com isto tudo é que devemos ter cautela quando nos baseamos em nossas perspectivas, ou melhor, em nossas “verdades”. Não seriam “verdades relativas”? Perceba que na maioria dos casos ela tão somente reflete aquilo que absorvemos do meio, sedo assim uma verdade relativa.

Quero destacar três frases deste livro que citei no início deste texto, leia atentamente:

“... baseamos a nossa vida mais no que ACREDITAMOS do que no que SABEMOS.” *

“As vezes confiamos muito no que pensamos porque isso nos dá uma falsa sensação de segurança.” *

“Podemos sinceramente acreditar que algo é verdade, mas ainda assim estar completamente errados.” *

A pergunta que você já deve ter se feito é: Então, existe uma verdade absoluta? O que eu posso te dizer é que depende do que se trata. Se o assunto for à relação entre o homem e Deus veja o que Jesus disse a respeito de si mesmo:

“Eu sou O Caminho, A Verdade e A Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim. (João 14:6)

Ele afirmou de forma ABSOLUTA que é “a” verdade, não simplesmente “uma verdade”, “uma das verdades”. Afirmou claramente ser a verdade absoluta e única pela qual o homem pode chegar a Deus seu Pai. A partir desta afirmação, podemos ver que qualquer caminho que tomemos, por mais “sinceros” que sejamos em nossas intenções, se ele não passar única e exclusivamente por Ele não é possível se chegar a Deus. Mas, por que ele afirmou ser a verdade? O que dava a Ele esta autoridade?

Jesus sendo um pleno conhecedor da natureza humana mostrou-nos que ele deve ser o nosso referencial, em lugar de nossas falhas convicções e crenças, que são apenas verdades relativas. Como é possível então compreender e enxergar esta verdade absoluta, diferentemente dos cegos do início deste texto?

A resposta Ele mesmo nos apresenta na seqüência do texto do livro de João: “Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam também ao meu Pai.” (João 14:7)

Jesus afirmava para todos abertamente que era o Filho de Deus. Foi condenado e morto por estas acusações. Ao terceiro dia ressuscitou comprovando a veracidade de suas palavras. Você pode me perguntar, e daí? E daí que se você quiser realmente conhecer a Deus, Jesus precisa tornar-se para você uma verdade absoluta, a partir de uma relação de amizade e amor, que é o único modo pelo qual podemos conhecer PLENAMENTE alguém. Caso contrário, continuaremos com nossas “falhas convicções” e “verdades relativas” com respeito a Ele e a Deus Pai. Com isso, indireta e inevitavelmente estaremos afirmando que Ele não passou do maior “maluco doido varrido” mais bem intencionado que já existiu. Pense nisso.

Inspirado por Deus, escrito por:

Beneth Costa Gomes.

*Livro: Jesus o maior psicólogo que já existiu

Um comentário:

Bianca disse...

Muito bom, Beneth!