domingo, 24 de junho de 2007

A Casa da Sogra

Como de costume, mais uma vez pude contemplar o almoço dominical na casa de minha querida sogra, não diferente das outras vezes o almoço estava “divino”. E por falar em divino, estive refletindo, e reparei que a relação que mantemos com alguns parentes mais chegados assemelha-se muito com a que temos com Deus, ou que pensamos que temos, se é que realmente temos alguma relação com Ele. Por favor, não me interprete mal, não estou te julgando, apenas fazendo uma colocação retórica.

Deixe-me explicar, você se lembra daquelas expressões “a casa-da-sogra” e “a casa-da-mãe-joana”, ambas são empregadas em situações ou locais onde não há ordem, onde tudo é permitido, como se fosse um serviço 24 h, onde os “caprichos” são atendidos.

Pois é, muitas vezes a relação do ser humano com Deus é do tipo casa-da-sogra, muitos só se lembram dele aos domingos ou como a maioria, quando está sem opção na ausência de saúde. Neste último caso, quando aquele melhor médico, o especialista, daquele melhor plano de saúde (não seria plano de doença?) que o dinheiro pode pagar, chega para você e diz que não há mais nada que a medicina (entenda por ciência humana) pode fazer. Neste exato momento o castelo que você construiu de tijolos de soberba, auto-suficiência e presunção desmorona, simplesmente porque foi construído sobre a areia. Observe bem onde coloca o alicerce de sua vida. O mais interessante é que de certa forma todos sabem, alguns até de modo inconsciente, que o ser humano é extremamente frágil, frágil no sentido mais denotativo que esta palavra pode ter. Porém, só se dão conta que são seres suscetíveis a morte quando a sua face se revela frente a frente. Neste momento surge uma frase, às vezes como um grito de desespero, às vezes dita realmente com sinceridade: “Ai meu Deus! Me ajude!

O que eu não consigo compreender é: Por que o ser humano leva a vida do seu jeito, como se fosse o centro de um universo que ele cria em sua própria mente, onde ele seria o astro rei, e o que tivesse em sua periferia seria somente periferia, algo secundário? Acha que estou exagerando? Faça uma introspecção e você vai perceber que estou falando de algo que faz parte da natureza humana. Já NASCEMOS assim, mas não devemos VIVER assim! E infelizmente ele deixa para aprender esta lição somente perto da morte, isto quando ela o dá tempo para refletir, neste momento vai lembrar que existe um Deus, para alguns, uma força maior, para mim, DEUS. Isto me leva a pensar numa situação hipotética na qual um “conhecido”, ou seja, alguém que nem meu amigo é, me liga as 3:00 h da madrugada, em prantos e desesperado, pedindo-me para levá-lo ao hospital que fica em outra cidade, no meu carro. Sendo que esta situação repetir-se-á por várias vezes! Ainda bem que é uma hipótese!

O que eu posso concluir sobre este “conhecido”? Este cara só me coloca em “fria”, só entro em “furadas”. Nas festas e comemorações que realiza, ele sabe que eu existo mas faz questão de se esquecer de mim. Pois é, muita gente faz exatamente da mesma maneira com Deus. Você não precisa ser dotado de profundo intelecto para deduzir que se Ele, Deus, participa de suas “furadas”, quando você clama por socorro, muito mais contente Ele participaria dos momentos bons e felizes. Mas, Ele não é mal-educado, só vai em festas nas quais é convidado, não entra e nem nunca entrou de penetra, não faz o estilo Dele. O que me deixa perplexo é, por que tratamos Deus como se ele fosse a Casa-da-Mãe-Joana? Pense nisso!

Que Deus te abençoe!

Inspirado por Deus, escrito por,

Beneth Costa Gomes.

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